No jardim
Gezebel saiu cedo para o jardim e sentou-se diante de um pequeno arbusto. ... Era linda, em seus três aninhos, com os seus cabelos de cachos de ouro, e ficava ainda mais bonita quando, decidida e segura, colhia os frutos do jardim ... Naquela manhã o ar estava úmido de orvalho. Começou então a colher, num frenesi: primeiro um, depois outro, depois o terceiro! Eram tão pequenos que cabiam em uma unha: Peludinhos, se agitavam como loucos na palma da sua mão. As orelhonas confirmavam: eram, inteiros, coelhinhos. Na sua mão já eram nove, depois seriam dez, depois, depois onze, e o onze já seria doze... Gezebel, indiferente, e seduzida pela pelúcia cinza, colhia-os, como a morangos maduros. Lembro-me ainda, da sua doce voz que me disse: — Não tenhas medo, são apenas dromedários.
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